sexta-feira, 29 de maio de 2009

Fragmento

Abri os olhos. Meu corpo todo estava em êxtase. Era como se um milhão de estrelinhas me pinicassem, me fizessem levitar. Senti-me tomada por uma felicidade que veio subindo por dentro e tomou conta de mim. Virei-me na cama e toquei seu corpo quente, adormecido. Tentei lembrar-me de qualquer coisa acontecida na noite passada. Nada. Olhei em volta. O quarto era razoavelmente grande. Havia uma cama enorme, desfeita, evidentemente. O cinzeiro estava cheio, os cigarros transbordavam e as cinzas caiam na cama. Eu olhava para a garrafa quase vazia de whisky, e para o par de copos ao meu lado.
Levantei-me devagar e cobri meu corpo com a primeira coisa que consegui alcançar: uma camiseta surrada dos Rolling Stones. Fui ao banheiro e quase não acreditei no que via diante do espelho. Meu cabelo era um coque frouxo acima da cabeça. Meus olhos, duas manchas escuras, e todo o resto estava um caos. Apesar disso, o conjunto da obra até que fazia sentido. Congruente com o ambiente, e com a minha ressaca. Haviam pequenas marcas, aqui e ali, do que foi, ao que parece, uma noite longa, muito longa, e mal dormida.

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