quarta-feira, 23 de julho de 2008

Sobre Padrões

De beleza, de comportamento, e até de moldura de quadros, as coisas tem sempre um padrão.
A nível de amor, conheço uns bem esquisitos. Conheço quem está há vários anos apaixonado pela mesma pessoa. Conheço quem tenha a capacidade de se apaixonar todos os dias. Só não conheço quem nunca tenha se apaixonado.
Por qualquer coisa, por uma música, por uma cor, por um filme, até mesmo por um amigo. Paixão pode ser por um trabalho, por um livro e pormenores. São, por assim dizer, pequenos amores. E na maioria das vezes, são passageiros. Por isso são paixões. O amor, AMOR mesmo, não passa. Não conhece o tempo.
O amor é verbo que não se conjuga no passado. Nunca se "amou" ninguem, pois quando a gente ama, ama pra sempre, ou então não era amor.
As vezes podemos até sentir como se o amor tivesse acabado - e é aí o fim de uma série de relacionamentos. Mas não é verdade. Na maioria das vezes, são somente algumas coisas não ditas que se acumularam, e fizeram uma montanha tão grande que te impedem de ver o amor que sustenta tudo aquilo.
Outras vezes, você simplesmente amadureceu, está noutra fase da vida ou percebeu que o que chamava de amor era só uma paixão adolescente, louca e desvairada. (por que "amor, é descanso na loucura".)
E então, quando essas e outras coisas atrapalham nossa visão, quando pensamos que o amor acabou, quem acabou, na verdade, foi aquela paixão passageira. Acabou a "magia".
 E aí, o que acontece é o seguinte; enquanto você está apaixonado, a pessoa pode fazer o maior barulho pra tomar sopa, que você vai achar lindo. Quando a magia acaba, você se sentira irritado pelo simples modo com que ela segua a colher, e essa é a verdade.

domingo, 6 de julho de 2008

Sobre o Amor

E se essa história de amor fosse uma grande conspiração?

O amor é vendido a nós, público pagante, pagão, através de livros, de histórias românticas, de filmezinhos água com açúcar, da televisão. Em sumo, virou uma marca comercial. Mais fajuto do que a fada-dos-dentes, o amor tem até o seu próprio dia, o "Dia Dos Namorados", criado exclusivamente para vender tudo "para dois", para fazer com que nós, os singles, ímpares, únicos, exclusivos, que sempre nos achamos tão especiais e auto-suficientes nos sintamos assim, um tantinho mais deprimidos.
E são datas como essa e tantas outras que tentam definir o Amor - e várias outras palavras abstratas - e caracterizá-lo, para que, com uma imagem mais concreta, você possa encontrá-lo numa vitrine.
Porque se metem a tentar definir o Amor? Acredito que cada um tem sua própria forma de amor. E como já diziam, toda maneira de amor vale à pena. Não dá pra descrever o amor do mesmo modo que se descreve um produto, ou uma pessoa. Principalmente, por que  a face do amor muda conforme a face do ser amado, se é que vocês me entendem. O amor é flexível e maleável. O amor, posto que é chama, é volátil. O amor é diferente para cada um de nós.

Pessoalmente, conheço o amor por uma simples escolha, e não um graaaande acontecimento. O amor, conheço por chance, sem cartas marcadas. Um jogo de azar. Um amor que faz o possível com nossas escolhas e tenta concertar os nossos erros.  Amor que foge a regras e a regulamentos, que não existe em dicionários. O amor que acha lindo quando o ser amado ronca no travesseiro ao lado. Que não liga quando ele faz barulho pra tomar sopa. Um amor que faz brilhar os olhos, saltar o coração e tremer as pernas. Amor que faz sentir calor no inverno. E no calor, mais calor ainda.

Ah, o amor...