sábado, 26 de dezembro de 2009

Questões Existenciais...

... da época Natalina.

Sentada na mesa da cozinha, olhava aquele frango rechonchudo e pelado na minha frente enquanto tentava descobrir qual seria o melhor jeito de fazer aquilo. Então quer dizer que eu tinha que enfiar minha mão ali e depois... Bem, uma mulher tem de fazer o que uma mulher tem de fazer, mãos à obra, pensei.
Enquanto desossava aquele frango digno de filmes de comédia, começei a pensar sobre coisas que costumam nos afligir na época do Natal. O que é que eu vou comprar de presente pro filho da vizinha? Como era mesmo aquela receita de doce da vovó? Será que se eu comer aquele bolo de frutas eu vou sair muito da minha dieta?
E entre outros pensamentos importantes dessa época natalina, o que me sensibilizou foi: Papai Noel existe?
Quero dizer, quando é que ficou convencionado que Papai Noel surgiria em meados de novembro como esperança e forma de chantagem para criançinhas ao redor do mundo, e desapareceria em dezembro com a promessa de um ano melhor?
Devo confessar que desde criança fui condicionada a acreditar em fadas que dançam no jardim, duendes que somem com as minhas coisas, a fada dos dentes, bruxas - por quem eu sempre tive especial admiração, mas principalmente no coelhinho da páscoa, que é muito meu amigo, já que eu nasci em abril, e no Papai Noel.
Quando lá pelos sete anos começei a desconfiar que seria um pouco inviável para um senhor de seus 80 anos viajar pelo mundo intiro em uma noite, descer pelas chaminés - ou escalar pelas janelas de um prédio, como era o meu caso - e entregar todos os presentes de Natal bem a tempo, fiquei ligeiramente desapontada. Porém, contrariando especialistas que desencorajam os pais a ensinarem os filhos a crer em sua existência por ser uma mentira elaborada e eticamente incorreta, minha mãe continuou enfeitando a casa, montando a árvore e lembrando-me de escrever uma cartinha todos os anos.
Decidi que acreditar ou não dependia somente de mim. E pensando bem, as pessoas acreditam em cada coisa hoje em dia...

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